segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Ramatís - Intuição Pura




- Qual a diferença entre mediunidade intuitiva e Intuição Pura?

- Na mediunidade intuitiva o intermediário é instrumento de outra mente. Na Intuição Pura
o espírito penetra esferas de pensamento de onde recolhe os valores buscados. Pode identificar ou
não a existência de outra mente ligada ao que percebe. Sua percepção pode ligar-se a uma
atmosfera espiritual para traduzi-la em palavras ou atos, por se ter impregnado do que vibra em tais
ambientes.

- Não haverá maior perigo, para o médium, de ser mistificado em tais circunstâncias?

- Tanto nessa quanto noutras formas de captação o perigo é sempre o mesmo: a ausência da
vibração crística. Não será por estar submetido a esse ou àquele fenômeno que o médium será
enganado ou se enganará a si mesmo. O animismo é fenômeno comum proveniente do espírito do
médium e não do tipo de fenômeno a que se submete.
Estais todos sujeitos ao animismo, tanto como médiuns diretos ou indiretos.

- Há alguma diferença entre o trabalho do médium direto e o do indireto? Ambos não
captam pensamentos que não lhes pertencem?

- A mediunidade direta é uma conquista do espírito, que a vai obtendo à proporção que
afina sua individualidade eterna com determinadas esferas espirituais, por sua dedicação a elas e
pelo desenvolvimento de sua rede de chacras. É conquista inalienável, que só a desafinação, por
negligência pessoal, pode prejudicar . No caso de haver uma busca permanente de afinação com o
Bem, essa Intuição Pura se acentuará e será presente em todos os momentos na alma que a
conquistou.
Dentro dela há uma infinidade de gradações e nem sempre seu portador tem conhecimento
dela, se não foi esclarecido pelos estudos especializados do processo evolutivo. Ela surge nas
almas conscientemente dedicadas a uma tarefa de Amor, mesmo que nunca tenha ouvido falar em
espiritualismo ou em medi unidade. É um fenômeno de evolução, não significando, porém, final de
evolução, mas, sim, início de uma nova etapa.

- Gostaríamos de maiores esclarecimentos.

- A Intuição Pura é comparável ao ato de "ler" nos registros etéricos. O espírito "sente" e
"vive" o que sente, integrado à esfera que o conduz a novas realizações.

- Estará isento de errar daí por diante?

- Tal gradação representa um certo grau de acrisolamento espiritual, porém, nunca a
infalibilidade. Seus erros, porém, serão atenuados pelo auto-burilamento a que já se entrega
conscientemente. Jamais afirmaríamos a existência de um espírito infalível, pois tal prerrogativa
não é acessível às almas em evolução. Seus erros, porém, terão repercussão mínima, imperceptível,
muitas vezes a não ser a ele próprio.
Não temais os erros. Temei as certezas definitivas, pois essas, sim, serão sempre os erros
camuflados de infalibilidade. Tudo que hoje nos parece absolutamente certo será corrigido para
melhor quando novas capacidades nos atingirem no processo evolutivo. Em relação ao Perfeito,
estamos sempre errados e, no entanto, em nosso grau, estamos certos. O Amor é o grande manto de
caridade que a Vida estende sobre nossas imperfeições inevitáveis.

- Como uma criatura humana, cheia de falhas naturais, poderá ser digna de conquistas
espirituais como a Intuição Pura? Não será essa uma prerrogativa dos chamados Santos ou
Espíritos Puros?

- Se para começar a purificar-se já se precisasse ser puro, não haveria lógica nem sentido
em tal processo. A Intuição Pura é uma percepção espiritual que se acentua à proporção que o
espírito evolui. Representa um meio de progresso e não o progresso em si. Os próprios seres que
denominastes Santos foram, em grande parte, batalhadores silenciosos contra suas próprias
imperfeições. O que lhes angariou estima geral foi, justamente, o fato de usarem a Intuição Pura
para se defenderem de suas deficiências e beneficiarem a Criação, nos mais ardentes louvores ao
Criador. Seus espíritos sofreram e choraram, não só pela incompreensão geral, mas, também, pela
própria incapacidade de realização de seus ideais de perfeição. Se a Espiritualidade tomasse a si a
revisão dos processos de canonização, transformações estarrecedoras se fariam sentir em tais
classificações. Os verdadeiros Santos não costumam descer à Terra e o próprio Cristo afirmou que
"só o Pai é bom".
Por que, então, haveis de descrer de vossas capacidades nascentes? Não duvideis de Jesus
quando afirmou: "vós sois deuses" 1

. O medo jamais construiu alguma coisa. Tomai sobre os
vossos ombros a carga pesada de vossos débitos e amai as provações a que sereis submetidos,
porém, sem jamais temer pela vossa capacidade de realização com o Senhor. Não vos negueis a
atender ao Seu chamado pelo temor de errar. Seria essa uma forma terrível de alimentar o orgulho.


Fonte: "Evangelho , Psicologia , IOGA"
Autor: Ramatís
Médium: AMÉRICA PAOLIELLO MARQUES
Editora: Freitas Bastos

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