domingo, 3 de fevereiro de 2019

Ramatís - Quem é o Pastor ?




PERGUNTA— Embora nossa compreensão já possa aceitar que seja Jesus o Pastor a
que vos referis e haja em nosso espírito profunda reverência diante da grandiosidade de seus
ensinos, julgamos prematura para nós a realização de uma sintonia com Ele. Logo, consideramos natural que as ovelhas não identifiquem o Pastor e saiam sem rumo pelos campos. Qual a solução para esse impasse?

RAMATIS — A solução será encontrada dentro de vós mesmos, quando vos cansardes de buscá-la fora, nas satisfações passageiras e vos certificardes de que, realmente, não compensam os esforços despendidos para conservá-las. É questão de amadurecimento espiritual. A força da fé será o elo de ligação entre vós e o Sublime Peregrino. Porém, ela só exercerá seu papel revitalizador a partir do momento em que houver germinado. Mesmo do
tamanho do grão de mostarda, seu valor será inapreciável, desde que germine. Quando se diz
 que o Senhor da Vinha só tem um salário para os servos da primeira e da última hora, deseja-se ressaltar a extraordinária força de que as coisas espirituais se encontram impregnadas, de tal forma que uma segura emersão de fé é capaz de reformulações infinitas, mesmo nos espíritos mais comprometidos diante da Lei. Deseja se expressar em palavras comuns que a força do Amor é impulso de tal forma poderoso que ao ser despertada é capaz de refundir toda a contextura espiritual do ser. Uma espécie de força multivalente, ou seja, um dinamismo de natureza múltipla, capaz de ser filtrado através de todas as manifestações do ser,
impulsionando suas potencialidades de forma antes impossível. Os servos da primeira, como os da última hora, receberão o mesmo salário porque o Amor não se abastarda, seja ao tocar o homem criminoso, como o santo — é força única, indivisível, imune à deteriorização psíquica do ser que lhe recebe o impulso.

Jesus, ao passar pela Terra, curou e ergueu, contagiou os puros e os impuros com a mesma essência de Amor de que era portador. Tanto o malfeitor de estrada como o sacerdote fiel à Lei, a mulher sofredora e o avarento receberam o impacto de uma energia que lhes dinamizava o ser de forma incompreensível e lhes paralisava por instantes as expressões deletérias no sistema de forças espirituais que os caracterizavam. 

Como um dínamo extraordinário, gerador de forças espirituais imponderáveis, o Sublime Amigo aproximava-se dos seres em desequilíbrio exercendo sobre eles influência acalentadora e renovadora. Os que já estavam intimamente amadurecidos pelo sofrimento redentor deixavam-se renovar pela
estranha "enxertia psíquica" de seus conceitos originais e convertiam-se em "nova espécie"
capaz de dar frutos sazonados e saborosos, de paladar desconhecido, porém inegavelmente
renovadores das experiências humanas, num grau até então desconhecido na Terra.

Magnetismo salutar jorrava de Suas mãos e de todo o Seu ser. Uma cascata de luz invisível ao olhar humano era desprendida de Sua fronte, aureolando-lhe a cabeça e tornando indescritível a expressão de seu rosto nos momentos em que, compassivo e poderoso, concentrava-se para emitir vibrações de doce reconforto aos padecimentos humanos.Não poderia expressar por palavras os conceitos espirituais mais altos, por serem inacessíveis à compreensão daqueles seres cuja vivência, quase que exclusivamente carnal, não oferecia elementos de contato com tais eventos espirituais que se desenrolavam diante de seus olhos, cegos para as coisas do espírito. Ciente de tal distância entre Sua presença renovadora e os seres que o cercavam, falava-lhes sem palavras, sob a forma de vibrações
emitidas de seu ser em termos de eternidade. Poder-se-ia dizer que "falava através do tempo" à Centelha de Vida Eterna existente em cada ser, tocando-os de forma impossível de ser expressa mesmo pelos que eram tão profundamente atingidos pela sublime emissão de forças cósmicas desencadeadas pela presença do Sublime Pastor.

Seu corpo estava presente, mas Seu espírito encontrava-se nessa hora em dimensão diferente, atuando sobre a aura da Terra. E os seres aos quais se fazia visível presenciavam um supremo ato de magia branca, quando, ao emitir palavras singelas, irradiava para toda a aura da Terra o indescritível magnetismo cósmico do Amor, em dosagem inacessível em seu esplendor aos pequeninos seres que o rodeavam.

Entretanto, os que O amaram renovaram-se por completo à proporção que abriram as portas da alma à Sua doce magia. Não o fizeram de súbito. Entregaram-se pouco a pouco, como a criança que se aquieta gradativamente ao contato da presença materna, após sofrer momentos de aflição. Absorve, gradativamente, o magnetismo do amor, sente-se segura, acalentada e adormece tranquila.
A alma que sofre o impacto do Amor do Cristo tranquiliza-se aos poucos e aprende a entregar-lhe suas dores e fraquezas para renovar-se à proporção que crê mais firmemente no abrigo seguro por Ele representado. Deixarão de existir as tempestades? Não, mas o Amigo estará sempre presente.


Fonte: "Jesus e a Jerusalém Renovada
Autor: Ramatís
Médium: AMÉRICA PAOLIELLO MARQUES
Editora: Freitas Bastos

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