segunda-feira, 4 de março de 2019

RAMATÍS - OS UMBRAIS E O MITO DO INFERNO




01 — Existe o inferno?

RAMATIS — Sim! Contudo, o inferno é considerado por nós um estado momentâneo de espírito, ao contrário de vós, que pensais nele como um território geográfico onde habitam as criaturas mais terríveis e medonhas, cujo prazer consiste em atormentar a humanidade.
O inferno geográfico não é mais do que fruto de vossa imaginação, repleta de variados requintes da crueldade, capaz de fantasiar o que poderia acontecer do simples e pobre pecador ao mais cruel dos assassinos.
No fundo, a imagem do inferno é fruto do desejo que o terrícola ainda possui em se vingar de alguém que lhe imputou algum tipo de prejuízo ou sofrimento à revelia. Trata-se de um artifício freqüentemente utilizado por vós, no anseio de que a Justiça Divina execute dolorosa pena a alguém que vos causou
prejuízo ou mal.
E por estar um tanto apegado ao sentimento de vingança, querendo se mostrar mais espiritualizado, o terrícola transfere para Deus seus desejos mais sinistros de vingança ao dizer: “—Deixo nas mãos de Deus a injustiça que fulano me fez!” Ou simplesmente: “— Fulano haverá de arder no mármore do inferno!”

02 — E quais seriam as características que mostram ser o inferno um estado momentâneo de espírito?

RAMATIS — Primeiramente é necessário compreender que o mundo dos mortos, conforme vossas religiões costumam se referir é um mundo onde os pensamentos e emoções adquirem forma e
são perfeitamente visíveis aos olhos de todos nós, desencarnados.
Quando o terrícola experimenta uma forte emoção
causada, por exemplo, pela perda de um ente querido, de sua estrutura espiritual jorram intensos jatos de energia caracterizada pela dor que está vivenciando. Boa parte das emoções verte para o
corpo físico enquanto sua aura fica como que congestionada, devido ao intenso acúmulo das emoções liberadas da alma.
Embora a perda de um ente querido provoque
naturalmente o sentimento de pesar, de luto, tal experiência provoca temporário desajuste psíquico. Naturalmente o psiquismo se reestrutura com o passar do tempo. Mas podemos considerar
que, entre a constatação da dor, ocasionada pela perda deste ente querido até o total refazimento psicológico, onde podemos dizer que houve uma quase que total superação, há momentos de
desespero. E este sentimento, o desespero, é um dos principais elementos que compõe o cenário considerado por vós como “infernal”.
De outra forma, quando somos colocados diante de uma situação para a qual não esperávamos, estamos sujeitos ao protesto, fruto de nossos apegos. É raro encontrar um indivíduo que não sofra diante de alguma perda, seja material ou existencial. E o
sofrimento é o próximo elemento que compõe o cenário do inferno.
Quando tomamos consciência de um ato inconseqüente, praticado alhures; e quando percebemos o mal que fizemos a outrem, um forte sentimento de culpa nos toma de assalto. A culpa,
por sua vez, nos leva à prática da autopunição. Sentimos um desejo irresistível de sofrer por ter causado sofrimento a outras pessoas. Então podemos dizer que a culpa é outro elemento que compõe
este macabro cenário!
Deveis observar que sois capazes de construir ambientes dos mais trágicos somente através da força criativa do pensamento, da mesma forma que é possível recriar ambientes edênicos com a
mesma propriedade. Trata-se de apenas uma questão de ponto de vista.


Fonte: Resgate  nos Umbrais
Autor: Ramatís
Médium: Márcio Godinho
Editora: Internet

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