RAMATÍS: - Somente crer em Deus não é a vivência em Deus. O homem que não desenvolve em si mesmo os atributos divinos, é semelhante ao doente, que embora creia no medicamento não segue a prescrição médica, permanecendo o enfermo obstinado.
Concebendo-se que Deus é a Verdade Absoluta, a busca dessa Verdade indescritível só é possível através da ampliação da miniatura divina, que todo ser possui em si mesmo. A simples crença do homem em julgar-se no caminho da Verdade pode até
significar a negação dessa mesma Verdade, pois simplesmente crer em Deus não é propriamente achá-Lo. Obviamente, se a Verdade ou Realidade é desconhecida, tanto a crença como a descrença não proporcionam o encontro autêntico de Deus.
Comumente, essa crença não. é uma auto-realização, mas apenas uma simples projeção do próprio
indivíduo no desconhecido. Como a crença traz no seu bojo uma recompensa extra material,
milhões de criaturas têm na crença um motivo para viver mais confiantes e esperançosas garantindo uma salvação, caso exista alguma coisa após a morte do corpo físico. Sem dúvida, trata-se de um mercado de redenção, em que os crentes investem algumas ações na expectativa dos dividendos da Divindade.
As igrejas católicas, os templos protestantes, os centros espíritas, os terreiros de Umbanda, as lojas teosóficas, os "tatwas" esotéricos, os cultos rosa-cruzes e centenas de outras instituições espiritualistas ficam repletos de crentes, fiéis, discípulos ou associados, que ali cultuam certos postulados simpáticos e afins a uma idéia específica de Deus.
No entanto, as criaturas condicionadas a essa crença sistemática e "estandardizada" não modificam o seu "eu" inferior, nem incorporam os valores incomuns do "eu" superior divino. Provavelmente, ignoram que isto é conquista individual através do estudo, pela
abnegação, serviço ao próximo e, sobretudo, ação independente de qualquer interesse egotista.
Fonte: Livro "O Evangelho à Luz do Cosmo"
Autor: Ramatís/Hercílio Maes
Editora: Conhecimento
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